À procura de um camisa 9, o Flamengo poderia festejar a rescisão de contrato de Adriano com o Roma. Mas a presidente Patrícia Amorim e seus pares estão conscientes de que os riscos de repatriar o artilheiro do Campeonato Brasileiro de 2009 com o seu “kit” de problemas são grandes e colocaria em xeque toda harmonia administrativa conquistada, após 2010 conturbado. Na Gávea, os contras são maiores que os prós. Só que a torcida inicia pressão para o craque ser contratado, o que, se tratando de Flamengo, dá rumos indecifráveis. Palmeiras e Corinthians já demonstraram interesse.
— Não temos conversa sobre o assunto. É preciso ver com a direção do clube e a comissão técnica se interessa — disse o diretor executivo, Luis Augusto Velloso.
Com a contratação de Ronaldinho Gaúcho, o Flamengo entende que tem um craque que não faz o clube de refém. É pontual, disciplinado, dispensa regalias.
Nos primeiros meses da administração de Patrícia, Adriano causou inúmeros problemas. Mais do que questões comportamentais, entra em análise o risco técnico e o aspecto financeiro. A Olympikus pagava o salário do Imperador. Hoje, o clube tem Deivid, com salário de quase R$ 400 mil.
O Roma se desfaz de um atacante indisciplinado, que não consegue perder peso. Contra a razão, a torcida promete exercer pressão e recepcionar o Imperador, amanhã, o Aeroporto Tom Jobim. No elenco, ele é bem visto.
— É um grande jogador. No bonde, cabe bastante gente ainda. A porta está aberta. Queria que ele viesse, mas quem tem que avaliar isso é a diretoria — disse Thiago Neves.
Na Itália desde o dia 27 de maio de 2010, com contrato previsto para três anos, Adriano participou de 239 minutos pelo Campeonato Italiano, 44 minutos pela Liga dos Campeões, 22m pela Supercopa da Itália e 45m pela Copa da Itália. Em cifras, ganhou R$ 15 mil por minuto jogado. O procurador Gilmar Rinaldi disse desconhecer a rescisão. O Roma afirmou ter tratado do caso com o representante do jogador na Itália.