Sambar faz bem à saúde, adverte a Imperatriz Leopoldinense
RIO - "A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde". A frase de efeito é o título do enredo da Imperatriz Leopoldinense, que vai cruzar a pista de desfiles este ano discutindo, em ritmo de samba, os rumos da saúde brasileira. Doenças como vaca-louca e as gripes suína e aviária terão vez no carnaval da verde e branco de Ramos, que estará mais solta do que nunca na Marquês de Sapucaí. (Confira a letra do samba da Imperatriz)
A tarefa de falar sobre a medicina e homenagear os profissionais especializados em salvar vidas não foi simples e exigiu do carnavalesco Max Lopes uma mudança na estética da escola, que há dez anos não ganha um título. - Ano passado, pecamos com um desfile muito volumoso. Vamos deixar a escola mais leve para o componente poder brincar mais - explica Wagner Araújo, diretor de carnaval da agremiação. A passagem da Imperatriz pelo Sambódromo promete causar arrepios nos ocupantes de frisas, camarotes e arquibancadas. Numa das alegorias que ajudarão a ilustrar o enredo, um corpo humano será dissecado em plena Avenida, com direito a uma simulação de desmaios dos componentes, que estarão ali representando estudantes de anatomia. Com um samba apontado por críticos com um dos melhores da safra 2011, a Imperatriz entrará na Sapucaí por volta das 22h de domingo, o primeiro dia de desfiles do Grupo Especial. Entusiasmado com o tema, Max considera a hipótese de desenvolver uma trilogia nos próximos carnavais. - Depois de falar da saúde, posso emendar com segurança pública e, na sequência, educação. Quem sabe? - indaga. A coroa, símbolo da escola, ganhará forma com chifres de antílopes, numa concepção totalmente diferente da que a Imperatriz costuma adotar, com influências da África. A irreverência também será marca do carnaval da agremiação de Luiza Brunet, que ainda terá, no fim do desfile, uma ala composta apenas por drag queens. A medicina moderna aparecerá em diversos setores e terá a representação de personagens que estão sempre em destaque quando o assunto é doença, como o mosquito da dengue. Mas toda a abordagem será sem sofrimento: o objetivo é cair no samba, enaltecendo a medicina e reverenciando a cura.