Confrontos com a polícia fazem quase 100 feridos no Iémen

Numa escalada dos esforços para controlar os protestos, a polícia disparou balas de borracha e gás lacrimogéneo sobre os estudantes acampados na universidade de Sanaa, horas depois de centenas de reclusos numa cadeia da cidade terem iniciado um motim, fazendo reféns cerca de uma dezena de guardas, diz a agência noticiosa Associated Press. 

Segundo a agência, pelo menos um dos prisioneiros morreu, quando as forças de segurança tentavam controlar os presos amotinados, que exigiam a demissão de Ali Abdullah Saleh. 

Muitos dos 98 feridos estão em estado grave, diz ainda a Associated Press, citando fontes médicas, enquanto testemunhas dizem ter visto tanques e carros blindados dirigir-se, esta quarta-feira, para a universidade, onde os estudantes acampam desde meados de fevereiro. 

"É um massacre. É um crime por parte das forças de segurança contra os estudantes, que se manifestam de forma pacífica", disse Muhammad Qahtan, porta-voz da oposição a Ali Abdullah Saleh, citado pela imprensa internacional. 

A oposição iemenita prometeu, no domingo, aumentar a pressão sobre o presidente, no poder desde 1978, recusando a proposta de Ali Abdullah Saleh para se demitir no final do ano. 

Até ao momento, segundo a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, 27 pessoas já morreram desde o início dos confrontos no Iémen, em janeiro.