Mantega se irrita com críticas ao IOF

08-10-2011 10:04

São Paulo. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, se irritou com informações publicadas na imprensa de que o diretor de política monetária do Banco Central (BC), Aldo Mendes, teria condenado em reunião com representantes do mercado financeiro o uso do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas operações com derivativos. Por isso, Mantega tomou a decisão de reforçar ao mercado hoje, por meio da sua assessoria de imprensa, a decisão de não fazer mudanças na medida.

O ministro considera a medida bem-sucedida e não tem intenção de retirá-la.

"A tributação é eficiente, funciona e, se for necessário, o IOF poderá aumentar", comentou uma fonte do governo que pediu anonimato. "Quem tem que dar explicações sobre as declarações é o Tombini (presidente do BC, Alexandre Tombini)", ressaltou a fonte. Ontem, o BC divulgou uma nota negando que Mendes tenha criticado a cobrança do IOF. Desde o fim de setembro, quando a cotação do dólar começou a subir aceleradamente, o mercado passou a pressionar mais fortemente pelo fim da cobrança, mas o ministro já reiterou algumas vezes que não vai fazer mudanças no IOF. Nesse período, ganhou espaço também a avaliação de que o BC considera a cobrança do IOF disfuncional e estaria contra a medida, divergindo do Ministério da Fazenda.

Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, na semana passada, Tombini negou que houvesse divergências entre o BC e o Ministério da Fazenda e declarou que a taxação "está indo bem e funcionando". Tombini chegou a dizer que a medida foi muito importante para que o País chegasse nesse momento de maior volatilidade no mercado internacional com menos apostas contra o dólar.