Cesta básica fica 1,42% mais barata e tende a cair

06-10-2011 07:16

O custo dos 12 itens que compõem a alimentação essencial ficou em R$ 203,20, ter- ceira mais barata do País

O custo da alimentação essencial em Fortaleza ficou 1,42% mais barato em setembro. No último mês, o conjunto dos doze itens que compõem a cesta básica foi adquirido por R$ 203,20, o terceiro menor preço entre as capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos (Dieese). Ficou atrás apenas de João Pessoa (R$ 196,69) e Aracaju (R$ 183,61). Entretanto, saliente-se que há um ano, a cesta fortalezense era a mais acessível do País.

"O recuo é de apenas 1,42%, mas é significativo porque vem de uma queda consecutiva de três meses", observou a técnica do Dieese, Sylvia Guterres. No acumulado de 12 meses, no entanto, a cesta cearense registra uma alta de 9,77%.

"Se nada absurdo acontecer que comprometa as safras, a nossa expectativa é que a cesta de Fortaleza continue caindo", emendou Sylvia.

Tomate em queda

Vilão da cesta em outros meses, o tomate desta vez apresentou recuo de 16,73%. No resultado semestral a variação alcançou retração de 40,35%.

"O tomate impulsionou o resultado mensal e ainda tem margem para cair mais até o fim do ano", comentou a técnica do Dieese. Em sentido oposto, no ano, a alta do fruto já acumula 22,16%.

Feijão mais caro

O baião-de-dois dos fortalezenses ficou mais caro. Isto porque o feijão registrou incremento de 7,38% em seu preço. Com isso, foi o item da cesta que mais sofreu inflação em setembro. "Essa alta não corresponde a tendência do restante do País, até porque tivemos uma safra boa. Provavelmente é uma distorção no mercado local", frisou Sylvia Guterres.

DIEESE APONTA
Salário mínimo deveria ser de R$ 2.285

São Paulo.
 O salário mínimo do trabalhador brasileiro deveria ter sido de R$ 2.285,83 em setembro para que ele suprisse suas necessidades básicas e da família, conforme estudo divulgado ontem pelo Dieese. A constatação foi feita por meio da Pesquisa Nacional da Cesta Básica do mês passado, realizada pela instituição em 17 capitais do Brasil.

Com base no maior valor apurado para a cesta no período, de R$ 272,09, em Porto Alegre, e levando em consideração o preceito constitucional que estabelece que o salário mínimo deve garantir as despesas familiares com alimentação, moradia, saúde, transportes, educação, vestuário, higiene, lazer e previdência, o Dieese calculou que o mínimo deveria ter sido 4,19 vezes maior do que o piso vigente no Brasil, de R$ 545.

A instituição também informou que o tempo médio de trabalho necessário para que o brasileiro que ganha salário mínimo pudesse adquirir, em setembro, o conjunto de bens essenciais diminuiu, na comparação com o mês anterior e avançou ante o mesmo período do ano passado. Na média das cidades pesquisas o trabalhador que ganha salário mínimo necessitou cumprir jornada de 93 horas e 58 minutos para realizar a mesma compra que, em agosto, exigia 94 horas e 38 minutos. Em setembro de 2010, a mesma compra necessitava 91 horas e 4 minutos.