Bolsa cai 2% com rebaixamento da Itália e Espanha

08-10-2011 10:00

 

 
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Tensão que persiste nos mercados do exterior voltou a impactar negativamente o pregão brasileiro

São Paulo A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em forte queda ontem, com perspectivas negativas em relação à zona do euro depois que as notas das dívidas soberanas da Itália e da Espanha foram rebaixadas. Notícias positivas em relação ao mercado de trabalho americano não sustentaram uma alta dos mercados. As Bolsas dos EUA também caíram.

O índice Ibovespa recuou 2% no fechamento, aos 51.243 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,518 bilhões. Na semana, a queda foi de 2,07%. As Bolsas europeias encerraram os negócios tendo ganhos de 0,22% (Londres), 0,65% (Paris) e 0,53% (Frankfurt). Esses mercados não foram influenciados pelo rebaixamento da Espanha e Itália porque já tinha fechado os pregões quando foi feita a divulgação. "Os mercados europeus devem reagir à notícia do rebaixamento, com retração, na segunda-feira", afirma Mitsuko Kaduoka, analista da Indusval Corretora. "Além disso, há a perspectiva de mais notícias negativas em relação à Grécia, o que deverá afetar o mercado em geral", explica. O ministro de Finanças grego, Vangelis Venizelos, reconheceu ontem, em reunião com os membros do ministério, que a Grécia está "no fio da navalha". O ministro confirmou que "agora está sobre a mesa a conversa sobre a ampliação de como tramitar a dívida soberana dos sócios europeus" e acrescentou que "ou o país quebrará ou se levantará".

Classificação para baixo

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da dívida da Itália, de AA- para A+, com perspectiva negativa. É a terceira agência que reduz a nota do País - a Moody´s já tinha feito a alteração nesta semana e a Standard and Poor´s em 19 de setembro. O motivo do rebaixamento foi um impacto significativo da crise do euro, que debilitou o perfil do risco soberano do país. Já a nota da Espanha caiu de AA+ para AA-. A agência informou que deixou a classificação espanhola em perspectiva negativa, o que pode acarretar novos rebaixamentos, por temores relativos à intensificação da crise na zona do euro. A agência Moody´s também advertiu hoje sobre um possível rebaixamento da nota da Bélgica.

4ª QUEDA
Dólar desvaloriza 6% na semana

São Paulo.
 O dólar comercial (usado para exportações e importações) fechou cotado a R$ 1,771, em queda de 0,83%, a menor cotação nas últimas três semanas e a quarta retração seguida. Na semana, a cotação ficou 5,9% mais baixa. Para turistas e viajantes, o dólar foi vendido por R$ 1,90, estável em relação à cotação anterior, e comprado por R$ 1,710 nas casas de câmbio paulistas.

Para Glauber Romano, analista da Intercam Corretora, apesar da queda de ontem ainda não é possível definir uma tendência para a moeda americana. "O dólar ainda está muito volátil e não há como prever o comportamento dele".

Desemprego nos EUA

Entre as principais notícias do dia, os investidores ficaram animados com a divulgação do Departamento de Trabalho do Estados Unidos, que informou a criação de 103 mil postos no mês. O número ficou bem acima dos 60 mil projetados pelos economistas. A taxa de desemprego, no entanto, ficou estável em 9,1%. Além disso, revisões apontam a criação de 99 mil empregos a mais do que o estimado inicialmente para julho e agosto. Já entre as notícias negativas, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota da dívida da Itália e da Espanha.

A nota da Itália passou de AA- para A+, com perspectiva negativa. É a terceira agência que reduz a nota do país - a Moody´s já tinha feito a alteração nesta semana e a Standard and Poor´s em 19 de setembro. Já a da Espanha foi de AA+ para AA-.

Entre as principais notícias do dia, o IBGE divulgou ontem que o IPCA, que mede a inflação oficial, subiu 7,31% em 12 meses, maior índice desde 2005 (8,05%).

Em Reais

1,77 foi o valor do dólar comercial no fechamento do mercado de ontem, dia em que apresentou recuo de 0,83%